
O Otá equivale a “pedra fundamental” das grandes construções civis ou de grandes templos erigidos no plano material pelas mais diversas religiões.
Cada Orixá tem a sua pedra (as) e é por ela que o médium deve começar a constituição dos fundamentos do assentamento do seu próprio Orixá.
Nos relatam os nossos mais velhos que, durante o período da escravidão, quando se realizava a cerimônia de iniciação dos noviços, estes iam mata adentro à procura do seu Otá ou pedra do seu Orixá, e voltavam só ao amanhecer, já com ela entre as mãos.
Dali em diante, ela seria o mais poderoso elo de ligação com seu Orixá. Seria conservada com zelo e alimentanda periodicamente para manter integralmente seu axé (poder).
Normalmente ela era condicionada em uma quartinha de barro, pois a louça era um artigo raro e caro, inacessível às classes menos favorecidas. Panelas, vasos, tigelas, canecos, e outros utensílios feitos de barro cozido, eram comuns e de uso cotidiano, não só pelos indígenas, uma vez que os colonizadores mais pobres também usavam utensílios de barro cozido. Eram os vasilhames e utensílios mais populares e mais baratos naquela época, certo?
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